Darwin, entretanto, sugeriu que as mudanças evolutivas aconteciam gradualmente; essa hipótese foi provada falsa. William Bateson, na Inglaterra, e Hugo de Vries, na Holanda, descobriram que as espécies parecem evoluir em passos bruscos e descontínuos, chamados por de Vries, em 1900, por "mutações".
No mesmo ano, Vries deparou-se com alguns artigos publicados uma geração anterior pelo monge austríaco Gregor Mendel (1822-1884). Embora esse trabalho tivesse sido ignorado durante a sua vida, Mendel, trabalhando com simples pés de ervilhas, tinha levado a cabo a descoberta de leis da hereditariedade que revolucionariam a biologia e traçariam as bases da genética.
Durante sete anos, de 1856 a 1863, Mendel cruzou e produziu híbridos de plantas com características distintas - plantas altas com plantas anãs, ervilhas amarelas com ervilhas verdes e assim por diante. Ele observou com surpresa que tais características não são diluídas nem resultam em meio-termo, mas são mantidas distintas: o rebento híbrido de uma planta alta e de uma anã era sempre alto, não de tamanho médio.
Ervilhas amarelas cruzadas com ervilhas verdes produziam ervilhas amarelas em vez de
ervilhas verde-amareladas.
E, ainda mais interessante, quando Mendel cultivava os híbridos altos, a geração seguinte retinha as características distintivas encontradas nas plantas "avós": a maioria era alta, porém mais ou menos um quarto delas eram anãs. Da mesma forma, a terceira geração de plantas do cruzamento amarelo/verde eram 75 por cento amarelas e 25 por cento verdes.
Mendel logo deduziu a matemática por trás desse fenómeno. As plantas, tal como os mamíferos, têm dois "pais" e cada um aparentemente contribui com características (alta ou anã, amarela ou verde) para as gerações subsequentes. Portanto, embora a característica de tamanho pequeno possa desaparecer na segunda geração, ela vai aparecer em alguns indivíduos da terceira; desta forma, a segunda geração (híbridos altos) deve ainda conter "instruções" para produzir rebentos pequenos. De facto, tais instruções devem vir em pares, um par de cada pai, e um elemento do par é passado para cada rebento da terceira geração.
É realmente interessante pensar que enquanto todos matavam a cabeça a tentar descobrir os segredos da genética, um monge tenha feito este trabalho extraordinário trabalhando com ervilhas. Ainda mais vindo de um monge que normalmente deveria ir contra a ciência. O metodo que utilizou e surpreendentemente simples e eficaz. É pena que, como de costume, ele não tenha visto o seu trabalho valorizado.
Achei curiosa a ideia de a informação genetica vir em meio-termo...não percebo que se pensasse isso, enfim para isso o filho de um casal constituido por um pai com olhos castanho e uma mae com olhos azuis teria o que? olhos azul-acastanhados? ou um de cada cor?